“É preciso que tomemos cuidado para não nos tornarmos vítimas do medo.  Afinal, a gente não mata o lobo, pelo contrário, nós aprendemos a conviver com ele.”

Olá, pessoal!

 

            Certa vez, li uma frase que me chamou muita atenção pelo momento em que estava vivendo, embora não fosse algo emocionante, mexeu muito comigo e me fez pensar o quanto uma atitude pode mudar nossa vida ou, ao menos, movimentá-la. A frase cuja autoria menciona Wilton Lazarotto diz assim: “Se der medo, finge que tem coragem e vai com medo mesmo”. A partir dessa leitura, aprendi que a melhor forma de lidar com o medo é olhar para ele, ou seja, enfrentá-lo.

Como somos humanos, sabemos que o medo faz parte de nossas vidas, porém, não podemos deixar que ele nos neutralize, ou seja, nos deixe imóveis, sem ação. Muitas vezes, quando as nossas escolhas envolvem mudanças, pode surgir aquela sensação de insegurança trazendo o medo à tona, pois o novo geralmente nos assusta. Assim, a oportunidade de um novo emprego, de fazer um novo curso, de ir para uma nova escola, de mudar para uma outra cidade, de morar em uma nova residência pode nos levar à verdadeira procrastinação, uma vez que o medo de enfrentar uma nova realidade pode fazer com que deixemos tudo para depois, adiando, postergando e alimentando, dessa forma, o medo.

No entanto, penso que o melhor a se fazer, em vez de procrastinar deixando o medo tomar conta, é olhar para ele, encarando-o com coragem.

No que se refere à necessidade de enfrentarmos o medo, gostaria de trazer como exemplo a flexibilização que nos foi permitida, embora ainda estejamos vivendo ainda uma pandemia. Todos nós sabemos que o isolamento social já não acontece como ocorreu em 2020 e em 2021, uma vez que o comércio atualmente está aberto, as escolas estão voltando às aulas presenciais, já podemos realizar viagens, frequentar restaurantes, enfim, temos novamente a oportunidade de retomar a nossa vida social...

A esse respeito, venho observando o medo que algumas pessoas têm demonstrado no que tange o retorno ao convívio social, convívio este que, na minha opinião, se faz extremamente necessário não apenas para a retomada das escolas, do comércio, entre outros, mas para continuarmos vivendo e nos relacionando como seres sociáveis. Evidentemente, é preciso que tenhamos consciência de que os cuidados devem continuar para que não sejamos surpreendidos pela Covid-19, usando devidamente as máscaras, o álcool em gel, bem como evitando aglomerações.  Afinal, é necessário que continuemos caminhando, pois a vida deve seguir adiante...

Mas por que será que, algumas vezes, deixamos o medo crescer dentro de nós?

Acredito que seja exatamente porque sentimos medo de ter medo. Sim, embora pareça óbvio, se tivermos medo, por exemplo, de sair de casa e nos contaminar, com certeza esse medo crescerá a ponto de não conseguirmos enfrentá-lo.

Devido à pandemia, percebe-se nitidamente que muitas pessoas ficam angustiadas, uma vez que sentem medo de sair de casa, talvez pelo tempo em que ficaram em isolamento social sem ter contato com outras pessoas, com exceção daquelas do seu círculo familiar, ou ainda, porque todos(as) nós sabemos que o vírus ainda está “à solta” por aí.  No entanto, é preciso que tomemos cuidado para que não nos tornarmos vítimas do medo, nesse caso, do medo de viver em sociedade.  Desse modo, uma opção seria aprender a observar o medo sem ter medo dele.

E como fazer isso?

Nos observando, isto é, deixando vir à tona os sentimentos que nos incomodam, analisando o lugar em que eles se encontram, para que, assim, consigamos força para enfrentá-los.

No momento em que aceitamos que o medo existe e que descobrimos o motivo da sua existência, vamos perceber que embora tenhamos uma razão para sentir, isso não significa que realmente ele vá se concretizar. Principalmente porque a consciência dos nossos medos nos ajuda a torná-los menores do que imaginamos. Somente assim vamos adquirindo forças para observá-los como uma nuvem que pode ser passageira, se realmente quisermos combater nossos medos.

Portanto, não adianta resistirmos ao medo, pois quanto menos o olharmos de frente, mais ele poderá crescer.

Sei que não existem repostas simples, mas um grande meio para que nos libertemos dos nossos medos é a aceitação, realizando o movimento prático de observá-los de maneira consciente, sem tentar fingir que não existem e também sem brigar com eles. Porém, esse aceitar não significa olhar para essa sensação até que ela se dissolva de repente, sem esforço, pelo contrário, pois na medida em que aceitamos os nossos medos ganhamos combustível para enfrentá-los e, assim, eles tendem a desaparecer ou, pelo menos, a tornarem-se menores.

Para finalizar, usando a analogia do lobo, aquele da história dos Três Porquinhos ou da Chapeuzinho Vermelho, que vocês certamente conhecem, lembram?

Na verdade, a gente não mata o lobo, pelo contrário, nós aprendemos a conviver com ele.  Mas, esse conviver significa enfrentá-lo lutando contra ele, isto é, contra o medo, contra o mal. Portanto, fingir que o lobo (medo) não existe é nos encarcerar no que nos é conveniente naquele momento, gerando um conflito desnecessário que pode tornar-se de fácil eliminação se tivermos coragem e discernimento para encará-lo.

Essa é uma diretriz que acredito valer muito a pena! E vocês, o que acham?

Topam enfrentar o medo olhando para ele?          

Um grande abraço e até a próxima!

Janayna.

Postagem anterior Postagem seguinte

0 comentários

Deixe um comentário