“Quando distribuímos incondicionalmente nosso amor e nosso carinho, eles nos são devolvidos multiplicados”.

 

            Olá pessoal!

Hoje gostaria de começar a nossa conversa contando uma história real, que muito tem a nos ensinar... Vamos lá?!

Em uma tarde ensolarada, há mais de vinte anos atrás, os(as) alunos(as) de cinco anos daquela professora, começaram a desenhar livremente, após a contação da história “A Bruxa Salomé de Audrey Wood”, cujo o enredo traz uma mãe carinhosa e de muita coragem, que enfrenta uma bruxa poderosa, na intenção de livrar seus filhos de um terrível feitiço.

Enquanto isso... uma aluna levantou-se e caminhou até a mesa da professora e perguntou:

            _ Quanto você calça?

            _ A professora surpresa, respondeu: Por que você quer saber o número do meu sapato querida?

            A garotinha sorriu e, com um pouco de tristeza nos olhos disse: _ É para pedir para a minha mãe comprar uma sandalinha nova para a senhora, pois percebi que você só tem essa... a senhora vem todos os dias com ela e já está bem velhinha, não é?!

            A professora, sorriu e olhando bem nos olhos da menina, respondeu com carinho: _ Minha querida, te agradeço muito, mas não é necessário, eu tenho sim outras sandálias, porém, a correria do dia a dia não me deixou perceber que eu sempre venho com o mesmo calçado!

            A menina suspirou aliviada e voltou para o lugar dela, retomando então o desenho que fazia da própria professora contando a história da bruxa. Talvez, aquele fosse para ela, o momento mais importante da aula, afinal, a pequena adorava desenhar as narrativas que eram compartilhadas com a turma todas as tardes ...

            A professora continuou a olhar para aquela criança por mais alguns instantes, e enquanto isso, pensava na atitude da menina, pois havia ficado encantada com a observação da aluna, com a preocupação demonstrada a ponto de perceber que vinha sempre com a mesma sandália, que já estava velhinha e que a mãe poderia lhe comprar uma nova...

Assim, em pensamento, se perguntava: _ Como pode uma criança tão pequena já possuir um olhar tão sensível e caridoso, a ponto de preocupar-se comigo? - Como pode uma criança de tão pouca idade, observar as necessidades do outro e prontificar-se ajudar?

Naquele momento, a professora percebeu o quanto o amor se manifesta por meio das pequenas coisas, dos pequenos gestos, das simples atitudes e principalmente a partir de uma palavra dita com o coração, na hora certa e no momento certo... Foi quando, de repente, ela lembrou-se de uma frase que tinha ouvido, há muito, muito tempo... Era mais ou menos assim: “Quando distribuímos incondicionalmente nosso amor e nosso carinho, eles nos são devolvidos multiplicados. Porém, quando distribuímos críticas e negatividade, elas também nos são devolvidas multiplicadas”.

A frase a fez pensar, então, nas atitudes humanas, que podem ser realizadas tanto para transmitir o que é bom, quanto para passar o que é ruim, uma vez que tudo depende da forma como agimos: se com cuidado e afeto, podemos tocar o coração das pessoas; se com grosseria e desrespeito corremos o risco de magoar e despertar sensações desconfortáveis naqueles que nos cercam...

Voltando a “contemplar” a menininha, que tocou profundamente o seu coração naquele dia... a professora teve a certeza do quanto a pequenina sabia multiplicar amor e carinho por onde passava...

Talvez, esta história possa parecer para vocês, um fato corriqueiro do cotidiano. E, dessa forma, após a leitura poderá “entrar por ouvido e sair pelo outro”... No entanto, se conseguirmos ser tocados de sensibilidade e, desse modo, formos capazes de observar a sinceridade e a preocupação daquela criança, entenderemos também, que o amor pode nascer de palavras que se expressam por meio de simples atitudes.

Se numa tarde de sol aquela menina decidiu perguntar sobre um par de sandálias, a postura da garotinha pode nos ajudar a pensar em nosso papel junto as crianças, em nosso olhar diante da vida, e ainda, na importância de multiplicarmos o bem com vistas a auxiliar na formação humana de cada uma, bem como na construção de um mundo mais fraterno.

Afinal, se desejamos que os nossos filhos, as nossas netas, os nossos sobrinhos, as nossas alunas consigam construir suas histórias multiplicando bons sentimentos para que sejam devolvidas para eles(as) boas ações, precisamos também distribuir o nosso afeto, diariamente, a partir das nossas atitudes.

O que acham?!

Vou ficando por aqui, até a próxima!

Janayna.

 

Referências

 WOOD, Audrey. A bruxa Salomé. 9ª ed. São Paulo: Ática, 1999. 32p.

 

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