“Cultivemos em nossos corações “balões coloridos”, para que sejamos realmente capazes de distribuir e de demonstrar amor a todos(as) que estão ao nosso redor.”

 

Olá, pessoal!

 

Saga é uma palavra que nos causa certa curiosidade, não acham?

Quando falamos em saga, estamos nos remetendo a uma lenda, a uma aventura, a uma fábula ou narrativa que revela atos heroicos, ficcionais, geralmente, repletos de incidentes e desafios.

Pois bem, é justamente por esse motivo que quero lhes contar uma saga, uma história real que traz em seu enredo a morte de uma pessoa querida.

Morte? Sim, morte, palavra que por si só já nos traz um desconforto, um arrepio, uma vontade de mudar de assunto... Isso acontece comigo, com vocês, com todos nós.

Mas quando eu lhes contar “a saga dos balões coloridos”, uma narrativa real que ouvi de forma espontânea dias atrás, provavelmente vocês irão repensar o sentido da palavra morte, bem como a forma de homenagear uma pessoa querida que partiu.

Penso que é preciso “nos ater aos que nos une”, ou seja, às pessoas e aos acontecimentos bons que a vida nos proporciona, para que na hora da despedida tenhamos a capacidade de agradecer e reverenciar aquele(a) que foi embora da forma merecida.

E foi assim que tudo aconteceu:

Uma amiga descreveu-me, com detalhes, a história que aqui chamo de “a saga dos balões coloridos”. Ela havia perdido recentemente uma amiga de infância, dessas que a convivência as tornou irmãs inseparáveis, alguém bem próxima com quem brincou na infância, que dormia em sua casa, que dividia os problemas e as alegrias, que viajava junto com a família... enfim, que cresceu ao seu lado.

Segundo essa amiga me relatou, sua irmã de coração era uma pessoa muito caridosa, bondosa, calma e que sempre tinha uma palavra de carinho para oferecer. De repente ficou doente, iniciou um tratamento, mas de uma hora para a outra, veio a falecer.

Minha amiga sentiu uma tristeza profunda, mas, ao mesmo tempo, uma imensa vontade de homenagear de forma diferente, alegre e que fosse capaz de retribuir ao menos um pouco a pessoa especial que a irmã “escolhida” foi, e que continuaria sendo, na lembrança das pessoas que com ela conviveram.

Assim, nasceram os balões coloridos para substituir as fúnebres coroas de flores.

Ela, então, se dirigiu até uma loja especializada em balões para festas e encomendou 24 de todas as cores. Pediu ainda que escrevesse o nome da querida que partiu em cada um deles. A loja de balões ficou intrigada, pois nunca tinha recebido um pedido como esse, isto é, balões destinados a um velório/enterro. De toda forma, providenciou tudo com muito carinho e exatamente como foi solicitado.

E lá se foi a minha amiga chegando no ambiente para se despedir repleta de balões de todas as cores.  Naturalmente, ela começou a entregar um balão para cada um(a) que estava ali na despedida de sua irmã do coração.

Então, na hora mais triste, que é o momento definitivo de todos(as) os(as) presentes se despedirem, em um ato natural de amor, juntos(as) soltaram o balões, que subiram  suavemente ao céu, tornando aquela passagem verdadeiramente sublime.

Mesmo porque, os balões coloridos fizeram com que a irmã querida fosse lembrada com os olhares voltados para o alto, e não para baixo, como costumamos fazer nas despedidas.

A ideia de lhes trazer, nesta conversa, a história real dos balões coloridos foi com a intenção de chamar a nossa atenção, sobretudo nesse final de ano, para a necessidade de valorizarmos a vida que temos e as pessoas que caminham conosco nessa jornada.

Por isso, o amor torna-se uma urgência, uma vez que, sem ele, a sensação que fica é de que falta algo de humano, de que se pode “secar por dentro” com a sua ausência.

Cultivemos, então, em nossos corações, “balões coloridos”, para que sejamos realmente capazes de distribuir e de demonstrar amor a todos(as) que estão ao nosso redor!

  Com desejos de um Natal de saúde, de paz e principalmente de amor.

Até a próxima!

Janayna.

Postagem anterior Postagem seguinte

2 comentários

  • Querida Lili,
    Obrigada pelo comentário tão sensível e afetuoso. Fico imensamente feliz por receber esse feedback de quem viveu o texto como vocês. Essa escrita é em homenagem à vocês que viveram essa história, para que sirva de inspiração a todos aqueles e aquelas que desejam espalhar amor como balões coloridos.
    Um abraço carinhoso.

  • Janayna, não lhe conheço, ainda, mas sinto como se fôssemos amigas. Com poucas palavras você descreveu este momento mágico, com muita propriedade, como se estivesse lá, ao nosso lado para esta despedida. Esta AMIGA era e ainda é muito especial para todas nós. Ela tinha o dom de fazer amizades e unir as pessoas. Engraçado, parece que essa energia dela continua agindo.
    Obrigada pelo belo texto.
    Lili (irmã de sangue da Flávia, Ilma e Ilka, e de coração da NOSSA CAROL).

Deixe um comentário