“A escolha do livro, trata-se, pois, de uma missão complexa que deve estar pautada, principalmente, em nossa tarefa de formar leitores”.

Olá, pessoal!

Hoje, falaremos sobre os outros três, isto é, o leitor em processo, o leitor fluente e o leitor crítico. Vamos lá?

O Leitor em processo

3) Considera-se leitor em processo, a criança que já domina o sistema de escrita alfabético, bem como os mecanismos de leitura. Seu conhecimento de mundo está mais desenvolvido e seu raciocínio lógico, mais aguçado. Desta maneira, situações reais e imaginárias agradam esse leitor, uma vez que consegue acompanhar com propriedade o começo, o meio e o fim de cada história.

Nesta fase, em que se encontram as crianças a partir dos 8 anos, são indicadas narrativas simples que tragam conflitos a serem solucionados até o final do conto.

A figura do adulto continua sendo importante, pois deverá acompanhá-las, estimulá-las e ler para elas nos momentos que se fizerem necessários.

O leitor fluente

4) Considera-se leitor fluente a criança que já desenvolve o pensamento “hipotético-dedutivo” e possui a capacidade de abstração. Esta fase abrange leitores a partir dos 10 anos, que já conseguem entender também as metáforas devido ao seu amadurecimento.

São recomendados livros que tragam novas experiências e oportunidades e tratem, por exemplo, das relações humanas e de diferentes culturas.

É fundamental o confronto de ideias a partir de histórias que tragam uma linguagem mais elaborada e falem sobre valores, heróis, lendas, aventuras, entre outros. As imagens contidas no livro já não são essenciais, mas ainda despertam o interesse.

O leitor crítico

5) Por último, considera-se leitor crítico a criança/adolescente a partir dos 12, 13 anos. É a etapa em que o processo de leitura e de escrita já se encontram plenamente concretizados. Assim, o contato com o livro pode ser associado a uma aventura capaz de enriquecer a vida emocional e intelectual do leitor, tendo em vista que este já desenvolve o pensamento crítico e reflexivo, ou seja, consegue assimilar ideias e confrontá-las com as experiências vivenciadas, reelaborando-as a partir da narrativa.

Nessa fase, são indicados livros de curiosidades que envolvam em suas narrativas ficção, biografia, mitologia, entre outros.

As cinco etapas de leituras pelas quais passam crianças e adolescentes, bem como as faixas etárias para as quais são indicadas determinadas narrativas, podem nos servir de base antes de escolher um livro. Ainda assim, é preciso que nós, formadores de leitores, tomemos muito cuidado para não subestimá-los, concluindo que não são capazes de entender esta ou aquela história por ainda não “terem” idade.

É fundamental lembrar que esses cinco estágios são apenas parâmetros para a escolha do livro. Isso não quer dizer que não possamos explorar uma história mais complexa junto a uma criança de 6 anos, por exemplo. Cada leitor é diferente do outro e seu desenvolvimento psicológico, físico, motor, afetivo, pode se diferenciar também. Afinal, enquanto alguns gostam de contos de fadas, outros poderão preferir histórias em quadrinhos, narrativas de aventuras, contos de suspenses ou até mesmo poemas e poesias.

A missão de formar leitores

A escolha do livro, trata-se de uma missão complexa que deve estar pautada, principalmente, em nossa tarefa de formar leitores. Para isso, é preciso, antes de tudo, observar e respeitar nossas crianças e/ou adolescentes, entendendo-os como seres pensantes que possuem ideias e que constroem a cada dia suas próprias visões sobre o mundo e sobre a vida. É necessário conhecê-los, ouvi-los, envolvê-los e, principalmente, compreendê-los, enquanto sujeitos em formação.

Se essas forem as nossas atitudes, poderemos ter a certeza de que faremos as melhores escolhas!

Um forte abraço e até a próxima!

Janayna

Referências:

COELHO, Nelly. Novaes. A literatura infantil: história, teoria e análise. S.P.: Moderna, 2000.

-GREGORIN FILHO, José Nicolau. Concepção de infância e literatura infantil. Linha d'Agua, v. único, p. 107-113, 2009.