“Quando uma criança entra em contato com um livro de histórias de forma virtual, isto é, pelo computador, pela televisão, pelo celular ou pelo tablet, a tendência é que ela sinta vontade de ter esse objeto em suas mãos, pois a leitura literária envolve os sentidos.”

 

Olá, pessoal!

 

Muitas pessoas falam que, com a chegada das novas tecnologias e da internet, a busca pelo livro de literatura infantil diminuiu drasticamente. Vocês acham que isso é verdade? Antes de responder a essa pergunta vamos conversar um pouquinho, pode ser?

Tais afirmativas ganharam maior proporção a partir do momento em que mais e mais crianças, desde a tenra idade, começaram a ter acesso a celulares, computadores e tablets. Com isso, passaram a ficar cada vez mais “ligadas” ao mundo tecnológico. E quem nunca viu uma criança com pouco mais de um ano de idade, assistindo a um vídeo em um celular? Essa é uma cena fácil de ser vista em shoppings, restaurantes, parques e em muitos outros lugares, não é mesmo?

A tecnologia e o livro infantil

Por isso, fica fácil acreditarmos que uma criança com acesso a todos esses recursos desde muito cedo não vai se interessar por um livro infantil. O que desejará mesmo será ver cenas animadas, coloridas e em movimento pelo celular, pela televisão, pelo computador...

Pois bem, apesar do fascínio que as novas tecnologias são capazes de despertar em nossos pequenos, posso afirmar que, ainda assim, o interesse pelos livros de literatura infantil continua em alta. Sabe por quê? Porque eles trazem uma outra forma de ver o mundo. E digo mais, essa concorrência que as pessoas colocam entre o livro de literatura infantil e a tecnologia vem de longa data. Querem um exemplo?

Até os anos de 1950, os livros do escritor Monteiro Lobato eram grande sensação e diversão para as crianças. Quem não se lembra dos personagens Emília, Narizinho e Pedrinho? No entanto, foi nesta época que, em decorrência do crescimento das histórias em quadrinhos e da televisão, o costume da leitura como fonte de entretenimento começou a desaparecer entre as crianças.

Diante desse cenário, a obra lobatiana foi obrigada a adequar-se e conheceu assim uma nova fase. Assim, em 1952, "Júlio Gouveia e Tatiana Belink iniciam na TV Tupi - São Paulo a série de teleteatro O Sítio do Pica Pau Amarelo, que durante anos (até 1964) encantou crianças e adultos” (COELHO, 1991, p.228). Encantadas por essa iniciativa, as crianças acabaram sentindo a necessidade e voltaram a buscar os livros de Lobato.

Literatura infantil no século XXI

Portanto, não foi em 1950 e não será agora, no século XXI, que as novas tecnologias farão com que os livros de literatura infantil sejam deixados de lado. Pois, ao contrário do que se pensa, o acesso à internet não acabou com os livros, mas trouxe novas possibilidades.

Reparem, por exemplo, que hoje alguns livros “físicos” de literatura infantil já apresentam em uma de suas páginas um QR Code que convida o leitor a acessá-lo. Tal procedimento, por vezes, abre possibilidades de acesso a um jogo, a uma trilha, ou a uma aventura vivida por um dos personagens da história, incrementando assim a narrativa e tornando-a interativa.

É fácil também encontrar e-books de histórias infantis, que, além das narrativas, trazem links de sites com jogos, vídeos e curiosidades diversas, com o objetivo de ampliar a visão da criança com relação à história.
Dentro desta perspectiva, a internet e as novas tecnologias deixam de ser rivais para tornarem-se aliadas da literatura infantil. Principalmente porque, com o auxílio dos recursos tecnológicos, a literatura passa a atingir um número enorme de pessoas, proporcionando novas formas de conhecimento e de contato com o mundo da leitura.

Assim, quando uma criança entra em contato com um livro de histórias de forma virtual, isto é, pelo computador, pela televisão, pelo celular ou pelo tablet, a tendência é que ela sinta vontade de ter esse objeto em suas mãos. Isso porque a leitura literária envolve os sentidos, não somente o visual que encontra-se presente nas telas, mas também o sentido do tato, que faz com que ela deseje pegar, manusear o livro.

Então, seja no livro físico, em e-books ou na web, a literatura Infantil sempre terá o seu lugar, pois fala de vocês, fala de mim, fala da vida! E a história da vida está presente tanto nos livros físicos, quanto nos virtuais. Não é mesmo?

Pensem nisso!

Um grande abraço e até a próxima!

Janayna.

 

Referências:
BREJO, Janayna Alves. O conto que as caixas contam: trabalhando com as narrativas literárias na prática pedagógica. Faculdade de Educação. Campus Belo Horizonte. Curso de Pedagogia. Programa Institucional de Apoio a Projetos de Extensão da Universidade do Estado de Minas Gerais - PAEx/UEMG. Editais PAEx 2017, 2018 e 2019.

 

 

 

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