“Crianças são cheias de vida e a literatura infantil fala de acontecimentos da vida de ontem, de hoje, de amanhã. Portanto, ao mediarmos uma narrativa precisamos delas para nos ouvir, assim como elas necessitam de nós para trocar informações, para conhecer novos comportamentos, para dividir sentimentos, para pensar no mundo..”

 

Olá, pessoal!

 

A palavra mediar significa repartir, interceder, intermediar... Por isso, quando pergunto se vocês são mediadores de leitura, estou questionando se possuem o hábito de ler para crianças e, ao mesmo tempo, de que modo realizam as contações de histórias. Vamos falar um pouco mais sobre isso?

Ao ler para os nossos pequenos, estamos realizando uma mediação, ou seja, estamos dividindo, intermediando não somente uma narrativa com elas, mas também sentimentos, expectativas e aprendizagens.

Deste modo, para realizar uma mediação de leitura adequada, é necessário, em primeiro lugar, uma relação de respeito do adulto que lê para com a criança, uma vez que ele precisa compreender os gostos, os interesses e as necessidades infantis antes mesmo de escolher a história a ser lida. Mesmo porque ler é dar sentidos, é trabalhar sentimentos, é construir conhecimentos e valores. Mas, somente conseguiremos atingir esses objetivos se tivermos consciência de que ler uma narrativa não é algo simples e que, por isso, não deve ser feito de forma aleatória e mecânica...

Muitas vezes, são os adultos que escolhem as histórias

Como já falamos em outras conversas, somos nós quem, normalmente, escolhemos as histórias antes de contar para os nossos filhos, netas, sobrinhos e alunas, não é?

Isso acontece porque, muitas vezes nós quem compramos os livros na livraria; Já temos esse livro em casa; Nossos pequenos ganharam de presente, entre outros motivos...

Pois bem, se não tomarmos cuidado poderemos, sem perceber, impor uma história que a criança não tem o interesse em ouvir, o que tornará difícil nosso desempenho enquanto mediadores.

Daí a importância de pensar na criança antes de escolher o livro, nos autoquestionando: contar essa história despertará a curiosidade? Trará a magia, a emoção? Tocará o coração? Possibilitará a imaginação?
Se a resposta for sim, o próximo passo é fazer uma, duas ou mais leituras prévias da história antes de apresentar para a sua criança. É isso mesmo!

Ler previamente é essencial!

Afinal, abrir um livro para contar sem antes o ter lido, não nos qualificará como bons mediadores, mas ao contrário, quando não conhecemos a história torna-se difícil conseguir a atenção do nosso público, fato este que pode comprometer o interesse pela narrativa. Quando não estamos preparados, as chances da contação dar errado é muito grande. Portanto, ler previamente é sinônimo de preparação!

Além da leitura prévia da história, é preciso ter vontade de conta-la, ou seja, significa despertar em nós o poder da sedução e a vontade de seduzir. Sim! Seduzir!

Para que a criança realmente se interesse pela narrativa, é fundamental que a mediação da leitura seja realizada com paixão e com grande interesse de compartilhar aquela história. Imaginem a diferença entre: ler com entusiasmos e entonação ou com desânimo e por obrigação?

Qual dessas formas despertará o interesse de nossos pequenos?

Claro que será a primeira hipótese! Concordam?

Crianças são cheias de vida e a literatura infantil fala de acontecimentos da vida de ontem, de hoje, de amanhã. Portanto, ao mediarmos uma narrativa precisamos delas para nos ouvir, assim como elas necessitam de nós para trocar informações, para conhecer novos comportamentos, para dividir sentimentos, para pensar no mundo.
Assim, quanto mais formos tocados por uma narrativa, mais aumentam as nossas possibilidades de formar crianças leitoras, críticas e autônomas.

É importante ainda ressaltar, que o nosso papel enquanto mediadores de leitura não se detém a contação da história, mas perpassa por uma conversa atenta e aprofundada após a leitura: sobre o tema trabalhado, sobre as ilustrações, sobre as impressões que a criança teve a respeito do texto, sobre as emoções que experimentou e muito mais!

Para tanto, é fundamental ouvir e conversar com a criança após a leitura da narrativa, somente assim os conhecimentos se ampliarão e ela compreenderá que ler/ouvir histórias é construir sentidos, é pensar na vida, é alimentar novos sonhos...
E aí, “bora” realizar uma boa mediação de leitura?

Escolha um livro; Leia a história; Convide uma criança; Compartilhe!
Espero que tenham gostado.

Um grande abraço e até a próxima!

Janayna.

 

 

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