São os “novos tempos”, são os “tempos novos” em que os aprendizados da vida batem à nossa porta, com um desejo imenso de encontrar um lugar, um cantinho, com mais afeto e com um olhar atento para a construção do bem comum...

 

 

Olá pessoal!

Espero que tudo estejam bem com vocês e que a saúde esteja ao lado de todos(as) nós...

Hoje vamos falar e pensar um pouco sobre a nossa vida pós-pandemia... Sabemos que ela não está desenhada e que muito teremos que reaprender quando tudo isso passar. Não é mesmo?

Muitos(as) de nós têm se perguntado como ficará a vida quando superarmos a pandemia gerada pelo Coronavírus. Pais, mães e professores(as), por exemplo, preocupam-se com os protocolos que as escolas e as universidades deverão seguir para receber os(as) alunos(as). Mesmo porque, no universo da educação, para além da preocupação com o aprendizado, existe também um desconforto com relação à segurança dos(as) estudantes, uma vez que esta volta precisa ser muito bem planejada. Dentro desse contexto, pensar no nosso bem estar e na nossa saúde, tornou-se fundamental, pois decorridos todo esse tempo de confinamento, não é simples o retorno às aulas, sobretudo, quando ainda não se tem uma vacina a ser oferecida para a população. 

Diante de tudo isso, podemos constatar que a vida seráredesenhada, considerando que as pessoas perceberam que, para saírem do isolamento social, será preciso aprender novos comportamentos diante das variadas situações que o dia a dia nos apresentará.

E como pensar nisso junto aos(as) nossos(as) pequenos(as)? Como convidá-los(as) a realizar esse desenho? Contar histórias pode ser um bom caminho, não acham?

Oferecer um livro de Literatura Infantil para uma criança significa dar a ela a chance de visitar outros mundos, de observar outras maneiras de viver e de se comportar diante das adversidades... E, após navegar pelo mundo da imaginação oportunizado pela história, é possível fazer, a partir de uma conversa, uma conexão entre o imaginário presente no livro e a vida nesse instante... no “aqui e agora” que está passando por uma metamorfose...

MAS POR QUE UMA METAMORFOSE?

 

Porque a vida pós-pandemia ainda não está desenhada. E é necessário que comecemos a fazer esse desenho juntinho com nossas crianças...

E para compreender melhor essa metamorfose, basta imaginarmos o nosso jeito de viver hoje, como: “um animalaparentemente esquisito que se arrasta”, mas que com o passar da pandemia irá transforma-se em “uma borboleta belíssima, de lindas asas, e que ainda é capaz de voar livremente pelo céu azul”.

Verifiquem que a “esquisita” lagarta ao tirar um pequeno cochilo, envolve-se em um casulo para esperar que a “mãe natureza, tranquilamente, realize a sua transformação. Transformação esta que vai de um corpo pesado que se arrasta pela terra e pouco consegue apreciar o céu, para um leve ser que sente a brisa bater em suas asas e que, de repente, consegue ver a beleza do mundo a partir de lindas e cheirosas flores!

No entanto, qual seria a relação da Literatura infantil, com a questão das lagartas e borboletas, com o isolamento social, e com a vida pós-pandemia?

Então, eu arrisco responder que: a partir da Literatura Infantil é possível incentivar as crianças a desenharem uma vida diferente. Entretanto, como afirma a consagrada escritoraRuth Rocha em seu livro A primavera da Lagarta: "É preciso ter paciência com as lagartas se quisermos conhecer as borboletas" (ROCHA, 2011, p.30)...

 

UM MUNDO “NOVO” PÓS-PANDEMIA

 

Assim, se o nosso desejo é termos um mundo “novo” após a pandemia, é preciso que nós, enquanto: pais, mães, professores, educadoras, tios, tias, avôs e avós encorajemos as nossas crianças a “se apropriarem do lápis” hoje, para que sejam capazes de desenhar o que está por acontecer. E isso quer dizer que um livro de Literatura Infantil pode ser um dos caminhos para a concretização dessa ilustração, ou seja, para uma “boa conversa” sobre o tema, uma vez que acontaçãode históriapossibilita uma sinergia entre contador e ouvinteque deve ser aproveitada para falar de assuntos tão importantes como esse...

Então, a partir da metáfora de lagartas e borboletas é quepoderemos explicar para as nossas crianças que a vida está passando por uma metamorfose e que tudo isso terá reflexos na família, na escola, no mundo inteiro... seja usando máscaras, seja evitando o contato físico, seja fazendo um uso maior da tecnologia para a construção de novos saberes... Porém, é fundamental que não percamos de vista a importância de estar junto, tendo cuidado com o bem estar físico e emocional de todas as pessoas que estão a nossa volta.

São os novos tempos”, são os “tempos novos” em que os aprendizados da vida batem à nossa porta, com um desejo imenso de encontrar um lugar, um cantinho, com mais afeto ecom um olhar atento para a construção do bem comum...

É provável que, antes da vacina, ainda não se possa abraçar, mas esse gesto pode ser resignificado por um olhar afetuoso... é provável que ainda não se possa segurar as mãos, mas elas estarão juntas pelo propósito de pensar no outro...

Afinal, se a vida pós-pandemia não está desenhada, a Literatura Infantil pode auxiliar transformando-se em um “lápis” com o qual o adulto presenteia a criança, proporcionando a ela a autonomia de ilustrar... de ilustrar a sua história, em que ela é a protagonista e a vida é a folha em branco em que todos nós teremos a oportunidade de conhece-la nos dias que estão por chegar...

E fica aqui o anseio de que este desenho inspirado nas histórias, esteja pautado em sentimentos de solidariedade, de respeito, de tolerância, de otimismo, de caridade e da busca pelo bem comum de toda, a “toda a humanidade”!

 

Até a próxima.

Janayna.

 

 

Referências

ROCHA, Ruth.  A primavera da Lagarta. São Paulo: Salamanca, 2011. 32p.

 

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