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“Vocês já conhecem a biblioteca da escola do seu filho, da sua sobrinha, do seu neto ou da sua afilhada? Que tal visita-la em companhia deles(as)?”.
Olá, pessoal!
Nesta nossa conversa, vamos falar sobre a importância da biblioteca. Mas antes de destacar o valor educativo e cultural deste espaço, gostaria de saber o que ele representa para vocês.
Um lugar de conhecimento?
Um ambiente sagrado?
Um espaço que abriga livros com poeira, mofo e ácaros?
Um local que deve ser frequentado por todos?
Ou até mesmo... havia biblioteca na sua escola?
Sabemos que a resposta para cada uma dessas perguntas é bem subjetiva, tendo em vista que envolve a relação que tivemos com a biblioteca quando crianças.
Aqueles que foram incentivados a frequentar a biblioteca de maneira positiva, ou seja, como um lugar de encontro com o prazer da leitura a partir do livro, certamente irá considera-la como um espaço de conhecimento e descoberta do mundo da cultura e da imaginação.
Entretanto, para outros, a biblioteca pode não configurar-se como um local bem quisto, uma vez que muitos professores, coordenadores e diretores a utilizavam como um lugar de punição. Se você nunca ficou de castigo na biblioteca da escola, certamente poderá até se lembrar de alguém que foi para lá, destinado a fazer uma cópia de um livro enorme, porque não se comportou bem na sala de aula.
Daí pergunto, como formar leitores fazendo uso adequado da biblioteca, se muitos adultos distorcem a sua função?
Os que frequentaram a biblioteca como um lugar de castigo, provavelmente a distinguem como um local em que apenas estudiosos devam estar. E ainda, que se o objetivo não for fazer uma pesquisa para cumprir uma tarefa de um determinado docente, o melhor é manter-se distante.
Por outro lado, para algumas pessoas a biblioteca pode não ter significado nem prazer em estar, nem punição, e sim um ambiente onde encontrar informações. Muitas escolas nem dispunham desse espaço e era necessário ir até uma biblioteca pública na busca de livros para fazer os trabalhos escolares.
Dentro desse contexto, é preciso que saibamos que a biblioteca:
- não combina com castigo;
- não deve ser destinada somente à realização de pesquisas escolares;
- não deve ser vista como guardadora de livros com poeira, mofo e ácaros.
Afinal, ela é por natureza um ambiente promotor da leitura, em que todos devem ser incentivados a entrar e se deliciar com os diversos mundos e com as várias histórias que é capaz de abrigar.
O grande problema é que parte das pessoas não conhece a verdadeira função da biblioteca, seja ela escolar ou pública, cujo acervo está disponível para a comunidade. Ambas devem ser entendidas e reconhecidas como verdadeiros centros de socialização do saber, tendo em conta que o seu grande objetivo é promover a leitura e o acesso aos livros.
Difícil imaginar uma escola sem uma biblioteca ou uma cidade que não ofereça uma biblioteca pública, não é mesmo?
No entanto, poucos de nós tem conhecimento de que muitas escolas e cidades brasileiras sequer as possuem. Daí a importância da criação da Lei N.º 12.244 de 24/05/2010, cujo intuito principal tem sido a ampliação do número de bibliotecas em todo o País, levando em consideração as especificidades regionais, bem como da comunidade escolar.
Deste modo, considerando a necessidade da criação de novas bibliotecas, bem como a manutenção das existentes, é preciso ressaltar a importância de valorizarmos esses ambientes que nada mais são que a “casa dos livros”, e que por abrigá-los possuem o papel de, ao lado de pais, mães, professores, educadoras, avós, tios e da própria escola, formar crianças que gostem e que sintam vontade de ler.
Assim, é necessário que nossa relação com a biblioteca seja prazerosa, que tenhamos o desejo de estar lá. Mas para que isso aconteça, é preciso que valorizemos sua capacidade em guardar tantas e tantas histórias que nos oportunizam conhecer e aprender sobre cada um de nós, sobre a vida, sobre a humanidade. Mesmo porque, sua função educativa, é atender as necessidades de informação, estudo, consulta e leitura deleite daqueles que a buscam. E, a sua função cultural é possibilitar a ampliação das visões de mundo por meio das múltiplas e diferente leituras.
Podemos então concluir que somente a partir da valorização e do uso consciente da biblioteca, que a reconheceremos:
- como um espaço que é para todos e que é capaz de ampliar nossos conhecimentos a partir da construção e da reconstrução de saberes;
- como parceira, tendo em vista que dentre as suas atribuições, lhe compete oferecer livros que permitam o acesso aos mais diversos conteúdos, bem como que estimulem o conhecimento, a imaginação e a fantasia;
- e, por último, como um ambiente propício para que possamos praticar a nossa tão importante missão de formar leitores.
E aí, vocês já conhecem a biblioteca da escola do seu filho, da sua sobrinha, do seu neto ou da sua afilhada? Que tal visita-la em companhia deles?
Ou quem sabe, convidá-los para darem uma passeio em uma biblioteca pública?
Um forte abraço e até a próxima!
Janayna
FRAGOSO, G. M. A lei e seus desdobramentos. Salto para o futuro: Biblioteca Escolar que espaço é esse? ano 21, boletim 14, p.12-17, 2011.
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