“[....] o termo fabuloso vem de fábula e quer dizer: extraordinário, fascinante, incrível. Adjetivos que nos remetem ao encantamento, à imaginação, à descoberta e a oportunidade de enxergamos o mundo a partir do conteúdo de uma narrativa, ou seja, da fábula”.

 

Olá, pessoal!

Como professora de Literatura Infantil e grande admiradora das histórias contadas oralmente, preciso lhes confessar que falar de Esopo me fascina.
Mas afinal, quem foi este homem e quais foram as contribuições que este exímio contador de fábulas nos trouxe?
De acordo com alguns historiadores, Esopo foi um escravo grego que viveu no século VI antes de Cristo. Sua liberdade foi conquistada graças a sua inteligência vinculada as narrativas que contava e que fizeram dele um importante aconselhador dos reis e das pessoas influentes de sua época. É considerado por muitos como o criador do gênero literário “fábula”, conhecido popularmente como “Fábulas de Esopo”.
Apenas para recordamos, pois já falamos sobre esse tema, aqui no Blog, em uma de nossas conversas, as fábulas são narrativas que tem como personagens, em sua maioria animais, que falam, pensam e sentem como os seres humanos. E, ao contrário do que podemos imaginar, as Fábulas de Esopo, não se dirigiam ao público infantil, tendo em conta que na antiguidade, esse gênero era utilizado com intuito de transmitir valores humanos para um determinado grupo social, ou seja, estavam direcionadas à toda sociedade e não especificamente às crianças.

Esopo e a literatura infantil

Mesmo assim, Esopo tornou-se referência na Literatura Infantil, devido às suas histórias serem consideras apropriadas para a tenra idade, uma vez que sempre trazem em sua essência uma virtude, uma moral, um modelo de comportamento ou uma lição de vida. Além disso, levam as crianças à refletirem e a confrontarem ideias, embora estejam no “mundo do faz de conta” quando estão ouvindo as narrativas.
Ah! E quando afirmo que Esopo foi um contador de histórias além de seu tempo, me refiro assim, por sua capacidade de nos trazer relatos construídos na tradição oral que continuam muito atuais.
Imaginem que fábulas como:
- A raposa e as uvas,
- O leão e o rato,
- A lebre e a tartaruga,
- O corvo e a raposa, por exemplo, estão entre nós há mais de dois mil anos e continuam encantando e ensinando nossas crianças!

É fabuloso, não é mesmo?

Aliás, o termo fabuloso vem de fábula, impressionante, não acham? E neste contexto quer dizer: extraordinário, fascinante, incrível. Adjetivos que nos remetem ao encantamento, à imaginação, à descoberta e a oportunidade de enxergamos o mundo a partir do conteúdo de uma narrativa, ou seja, da fábula.
Então, antes de encerrar esta nossa conversa, vou lhes contar uma fábula de Esopo. Esta narrativa é um dos títulos da Coleção “As incríveis Fábulas de Esopo” publicada pela editora Bom Bom Books.
Vamos lá?

A formiga e a pomba

Certo dia, uma formiga foi ao rio para beber um pouco de água. Assim que se agachou para beber, escorregou e caiu. As águas eram profundas e a forte corrente levava a formiguinha. Ela começou a se afogar. Uma pomba ao escutar os gritos de socorro, arrancou rapidamente uma folha de uma árvore, levou-a em seu bico e a jogou perto da formiga. A formiguinha subiu na folha e conseguiu chegar à margem do rio como se estivesse em um barco. Poucos dias depois, a formiga viu um caçador se preparando para atirar uma flecha na pomba. Rapidamente, a formiga subiu em um dos pés do caçador e deu uma forte mordida nele. Com a mordida, ele acabou errando seu alvo. A pomba fugiu rapidamente...
Que tal agora fazer a contação dessa fábula para uma(as) criança(as)?
Como sugestão, deixo aqui algumas perguntas para estimular essa conversa, vejam:
- Para que a formiga foi ao rio?
- De que maneira ela caiu na água?
- Como o problema foi resolvido?
- Quem a ajudou?
- O que o caçador tentava fazer?
- Quem salvou a pomba?
- O que vocês acham do comportamento do caçador?
- O que vocês pensam da atitude da formiga? E da pomba?
Ah! E não se esqueçam de conversar sobre o significado da moral da história: “uma boa ação merece outra”.
Aproveitem também, e falem um pouquinho sobre quem foi Esopo.
Querem saber se elas vão gostar? Experimentem contar!

Um forte abraço e até a próxima!

Janayna

 

Referências:

ESOPO. Esopo – Fábulas Completas. Tradução: Maria Celeste C Dezotti. Apresentação Adriane Duarte. Cosac & Naify: 2013.

 

Postagem anterior Postagem seguinte

0 comentários

Deixe um comentário