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Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo,
os homens se educam entre si.
Paulo Freire.
Olá pessoal!
Todos nós escrevemos, dia após dia, um capítulo da nossa história, não é mesmo? E, para isso, não é necessário que sejamos escritores, pois essa história diz respeito aos caminhos que trilhamos ao longo da vida. Trata-se, portanto, de uma construção natural e necessária, pois por meio dela que aprendemos, que ensinamos e nos tornamos quem somos, conforme as escolhas que fazemos em nosso dia a dia ...
Foi pensando na importância da história de cada um(a), que resolvi conversar com vocês sobre a história de um educador, que rompeu barreiras, que superou limites e que com sua simplicidade, perseverança e inteligência, construiu um nome que sempre será lembrado no Brasil e no mundo: Paulo Freire.
Em 19 de setembro de 2021, Freire completaria cem anos, daí as inúmeras comemorações em homenagem ao seu centenário que observamos atualmente. E é por esse motivo, que convido vocês a realizar, junto comigo, um “despertar em Paulo Freire”, o que significa refletir aqui sobre as contribuições trazidas por ele para a humanidade, relembrando um pouquinho a história de vida desse magnífico educador que antes de ser professor era, sobretudo humano.
Digo humano, porque ele respeitava as pessoas como elas eram, ouvindo com afeto as suas histórias de vida. Gostava demais dessas conversas e das palavras pronunciadas, escritas ou lidas. Assim ele caminhava, ensinava e ajudava...
Por essas razões, educadores do mundo inteiro se unem para celebrar seu centenário, isto é, os cem anos de um menino que nasceu em Recife, caçula de quatro filhos, que aprendeu a ler e a escrever com gravetos, e que ao crescer, nos ensinou que “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.... Com esses ensinamentos tornou-se referência e construiu sua jornada dentro da Educação ficando conhecido mundialmente.
Com sua didática e simplicidade, Freire captava a realidade dos jovens e adultos analfabetos e trazia a partir de palavras como tijolo, cozinha, fogão... termos capazes de representar as vivências daqueles estudantes.... Era a partir de simples palavras que ele os ensinava a ler e a escrever “novas histórias de vida das pessoas que não tinham tido a chance de estudar na infância e na juventude” (ABRAMOWICZ e CASADEI, 2010, p.16).
Tornou-se assim, o educador das humanidades, pois acreditava que somente a partir do diálogo e da escuta atenta, seria possível demonstrar um amor profundo pelo mundo e pelos homens.
Com seu trabalho ficou conhecido, mas por essa razão também foi importunado, preso e até mesmo exilado. E, apesar de ter sido calado no Brasil, foi ouvido no Chile, nos Estados Unidos, na Suíça... tornando-se reconhecido por seu trabalho, bem como respeitado mundo afora...
Após dezesseis anos de exílio, já na década de 1980, Paulo Freire retorna ao país. Felizmente, ainda com muita vontade de trabalhar junto aos professores e com a alfabetização. Deste modo, com o passar dos anos suas contribuições se fizeram inúmeras. Em 1997, faleceu nos deixando seu grande e inspirador legado.
Foi a sua paixão pelas palavras e pela leitura, que nos ensinou a ler o mundo, e a observar a importância da educação para a construção dos sujeitos. Educação que hoje, tendo como referência Paulo Freire, precisa, mais do que nunca, ser sinônimo de liberdade, de direitos de todos(as), ser valorizada, ser movimento de luta, de igualdade e de dignidade.
Despertar em Paulo Freire significa então, acreditar e lutar por uma educação digna e de qualidade para todos(as) sem distinção, depositando nela o respeito à diversidade e aos diferentes conhecimentos. Mesmo porque, aprendemos com Freire que a educação precisa ser uma construção dialógica e coletiva mediatizada por ações práticas, reflexivas e renovadas de esperanças.
Portanto, o ato de educar precisa ser capaz de romper toda a opressão e toda a injustiça, tornando-se realmente libertadora para que multiplique, assim, os saberes construídos na escola, no cotidiano, na vida. Afinal, como dizia o próprio Freire: Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.
E foi assim que Freire se tornou o educador brasileiro mais conhecido do planeta e que “gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida (ABRAMOWICZ e CASADEI, 2010, p.32).
Por tudo isso, despertar em Paulo Freire e celebrar seu centenário significa negar a opressão e acreditar no crescimento pessoal e nas transformações que a educação pode trazer para cada pessoa, sem nunca deixar de enxergar as possibilidades de mudança, sem cruzar os braços e sem jamais perder a esperança...
Um grande abraço e até a próxima.
Janayna.
Referências
ABRAMOWICZ, Mere; CASADEI, Silmara Rascalha. Paulinho: o menino que escreveu uma nova história. São Paulo: Cortez, 2010.
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