“Os livros-brinquedo foram criados para fomentar a imaginação e a interação, na medida em que proporcionam entretenimento as crianças, convidando-as a uma ação participativa dentro da literatura infantil.”

 

Olá, pessoal!

 

Vocês já ouviram falar em livros-brinquedo? São aqueles que trazem, além da narrativa escrita, um “brinquedo” para que a criança interaja com ele. Tais brinquedos podem ser entendidos como objetos que estimulam tanto a aprendizagem quanto a diversão. De acordo com a proposta de cada livro, eles podem compor texturas, imagens em alto relevo, sons ou ainda virem acompanhados de fantoches, canetas para desenhar, lápis para colorir e assim vai.

Normalmente, esse tipo de livro é confeccionado em material resistente, por isso podem ser emborrachados, de capa dura, de plástico e muito mais. Assim, permitem que as crianças manuseiem e brinquem com tranquilidade sem ter receio de danificá-lo.

Mas vocês podem pensar: o que tem a Literatura Infantil a ver com isso, se muitos desses livros parecem ser mais voltados para os brinquedos do que para as narrativas literárias?

Livros-Brinquedo: para despertar o gosto pela leitura

Vocês precisam saber que um livro-brinquedo pode ser utilizado por nós, contadores de histórias em construção, com o objetivo de despertar o gosto pela leitura em nossas crianças, sobretudo as mais pequeninas. Exemplo disso é que muitas crianças de até dois anos provavelmente não irão interessar-se por livros de Literatura Infantil com narrativas longas, pois ainda não possuem maturidade para compreendê-la e acompanhá-la em sua totalidade. Por isso os livros-brinquedo são muito recomendados para essa faixa etária. Livros com imagens grandes e coloridas; de plástico ou laváveis como os chamados livros de banho; que contenham texturas, diferentes sons e outros aparatos. São elementos capazes de estimular o desenvolvimento da oralidade, da percepção, da atenção e, porque não dizer, do próprio gosto pela leitura.

Certamente, os livros-brinquedo foram criados não somente para crianças até dois anos, visto que surgem para encantar e atrair as diferentes idades que abarcam a infância. Sua pretensão é, portanto, fomentar a imaginação e a interação. Eles proporcionam entretenimento aos seus leitores, convidando-os a uma ação participativa a partir do momento em que escutam a leitura do livro e têm a oportunidade de tocá-lo, apertar um botão sonoro, mexer em um personagem, movimentar um fantoche, completar um desenho e muitos mais.

Existem ainda livros-brinquedo em que as crianças podem até mesmo escolher um final para a história, haja vista que o livro apresenta mais de uma possibilidade para terminar a narrativa. Ao contarmos uma história desse tipo para elas, estaremos estimulando o aprimoramento das linguagens oral e escrita. À medida que farão uma escolha por um ou outro final, estarão realizando um exercício de análise do texto, mesmo que ainda não saibam ler.

Livros-brinquedo: diversas linguagens, várias oportunidades

No entanto, para que a criança se desenvolva integralmente, ela necessita do contato com as diversas linguagens, não somente a oral e a escrita, como também com as linguagens simbólicas, definidas por Aquino (2009, p.6) “[...] como a corporal, dramática, plástica, gráfica, sonora/musical”, fazendo parte dessas, também, a ludicidade. Daí a importância do contato com livros-brinquedo, tendo em vista que a partir deles é possível dar oportunidade à criança de ouvir histórias brincando e, assim, aprendendo a gostar de ler.

Quando um adulto, seja pai, mãe, avó, tia, padrinho, professor ou professora, se dispõe a contar histórias para suas crianças a partir de um livro-brinquedo, estarão estimulando nelas o desenvolvimento dessas diversas linguagens. Mesmo porque sabemos que por meio das narrativas literárias podemos convidar nossos pequenos a expressar suas opiniões e sentimentos, ao mesmo tempo em que aguçamos a sua criatividade e a tão desejada autonomia. Uma autonomia concretizada a partir de “[...] uma educação que oportunize às crianças se constituírem como sujeitos de linguagens de fato, capazes de produzirem significados e de não se conformarem a modelos de dominação e alienação” (AQUINO, 2009, p 8).

Em linhas gerais, relacionando o livro-brinquedo a tudo o que temos falado aqui no blog sobre literatura infantil, fica fácil compreender que ele deve ser nosso aliado no que se refere a aguçar o gosto e o prazer pela leitura em nossas crianças. Não é mesmo?

E aí, que tal buscar um livro-brinquedo para contar uma história? Vamos lá?

 

Um grande abraço e até a próxima!

Janayna.

 

Referências:
AQUINO, Ligia Maria M. L. Leão de. Linguagens na Educação Infantil. Coisas desimportantes de transver o mundo. In: Congresso de Leitura do Brasil? 17° COLE, 2009, Campinas. Anais do ... Congresso de Leitura do Brasil. Campinas: Unicamp, 2009. v. 1. p. 1-12.
PAIVA, Ana Paula Mathias de. Livro-brinquedo. Glossário do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE)|Faculdade de Educação da UFMG. Disponível AQUI 

 

 

 

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